Arquivo do mês: julho 2009

Marie e Eu

No último dia 12/07 assisti ao badalado Marley e Eu. É o tipo de filme que eu não assistiria de livre e espontânea vontade jamais. Na verdade assisti em uma sessão com os alunos da escola de inglês onde eu leciono em um projeto muito legal chamado Escola No Cinema onde pudemos levar nossos alunos a uma sessão no Espaço Unibanco na Augusta, em São Paulo.

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Voltando ao filme. É o típico filme que eu, do alto do meu pedantismo pseudo-crítico literário, diria ser piegas, forçado, manipulativo e ideológico (marxistamente falando). E, de fato, é. O filme, principalmente a partir do momento do sacrifício do cãozinho até seu sepultamento, é um festival de lágrimas artificialmente criadas através da trilha sonora, do prolongamento das cenas sentimentais e do uso exaustivo das técnicas do melodrama. Uma pieguice sem tamanho.

Isso se eu não tivesse adotado um cão a poucos meses.

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Na verdade minha esposa pegou a Marie, então um filhote de menos de dois meses, na rua, onde havia sido jogada juntamente com dois irmãozinhos, dentro de um saco embaixo do pneu de um carro estacionado. O carro saiu e esmagou os outros dois cachorros. A Marisa pegou o filhote sobrevivente, levou pra veterinária e ao chegar em casa me deparei com o cachorro. Como havíamos conversado na noite anterior sobre adotarmos um (ela comentara sobre um daqueles horrendos pugs, credo) pensei que ela se antecipara a mim e conseguido o cachorro.

E desde então temos a Marie conosco. Agora é uma cachorra de quase oito meses. Ao assistir o (chatíssimo) filme, não pude evitar rir das cenas que quem não tem um cão não consegue entender. Tanto nas cenas onde o labrador ganhou a alcunha de “pior cão do mundo”, como nas onde explicita-se a formação da relação sentimental que se forma entre o cão e o dono.  Além da enorme semelhança nas destruições, há a constatação de que a Marie só não é a pior cachorra do mundo primeiramente por não ser grande e forte como um labrador e também por não ficar dentro de casa o tempo todo. Assim não há como comer o estofado da sala de estar.

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Falando em labrador, minha primeira tentativa de adotar um cão foi a alguns anos, quando adotamos Vênus, uma cadela labrador preta. O nome foi em homenagem à tenista Venus Williams, como nossa labrador, negra, linda e forte. Na época foi impossível permanecer com ela e a doamos para uma família, que a levaria para uma casa de campo após ter permanecido conosco por aproximadamente um mês.

Mas hoje ficamos com nossa cadela SRD (sem raça definida: eufemismo para vira-latas), que em sua corrida para tirar do falecido Marley a posição de “pior cão do mundo” dependurou-se pelos dentes no fio da máquina de lavar, arrancando-o da tomada totalmente destroçado. Ela terá muitos anos pela frente para conseguir este título.

Feminismo: Liberalidade ou resistência?

Cáspita… pela terceira semana consecutiva o que vi de interessante na blogsofera gira no tema do feminismo! Desta vez pincei um texto do Gravataí Merengue, que é um blog que costumo ler mas que não faz necessariamente minha cabeça. Acho um pouco reaça demais pro meu gosto, embora tenha seus bons momentos. Este é um deles.

“FEMINISMO: LIBERALIDADE OU RESISTÊNCIA?

Hoje em dia, o feminismo é mais ou menos como aqueles jogos de RPG: há um sem-número de teses e dogmas e, para falar a respeito, é preciso invocar uma “linha”, da qual sairão doutrinas variadas e assim por diante. Obviamente, não sigo linha alguma e vou adiante, dividindo-o em duas categorias: a liberalidade e a resistência.

Se quisesse propor um debate sacana, falaria em “liberdade” e “castração”, usando a semântica em meu favor (sim, sou partidário da liberalidade). Mas não seria honesto. Parece-me adequado dividir dessa forma: de um lado, estão as feministas que apostam na liberalidade como forma de desafio à opressão e de outro, aquelas defensoras da resistência.”

Continua aqui.

Um poema às quartas

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In a station of the metro

The apparition of these faces in the crowd;
petals on a wet, black bough.

 Numa estação do metrô

A aparição desses rostos na multidão:
pétalas num galho molhado, preto.
(tradução de Antonio Cícero) 

Gemma Bovery

Em 1991 “Sandman“, uma história em quadrinhos escrita por Neil Gaiman, ganhou o prêmio “World Fantasy Award” como melhor conto. Em 1992 a graphic novel “Maus“, escrita por Art Spielgelman, venceu o Pulitzer. A revista Time escolheu “Watchmen“, graphic novel em série escrita por Alan Moore (mesmo autor de “V de Vingança“) como um dos cem melhores romances do século XX. Em 2006 “American Born Chinese” foi indicado ao prêmio “National Book Award” de melhor romance. A questão se as histórias em quadrinhos são arte ou literatura levou Tony Long, editor da revista Wired, a escrever o artigo “The Era of Mediocrity” (A era da mediocridade), onde o autor dizia que embora algumas graphic novels fossem boas, jamais deveriam ser consideradas romances ou contos de verdade. As respostas foram inúmeras, criticando-o inclusive por ser um “obcecado pela forma (do romance tradicional)”. E de acordo com Mark Sigel, editor da empresa que lançou “American Born Chinese”, passara da hora de esquecer-se dos aspectos “formais” das graphic novels para concentrar-se nos aspectos “de conteúdo”, como narrativa, personagens, enredo, ponto de vista, etc.

Desta forma eu iniciei um “paper” que escrevi a vários anos para obter os créditos na disciplina de Estudos Culturais, onde eu comparei Madame Bovary, romance fundamental de Gustave Flaubert e Gemma Bovery, graphic novel inspirada no romance de Flaubert, escrito por Posy Simmonds.

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Claro que meu objetivo não será fazer uma crítica literária, muito menos de literatura comparada num blog metido a pedante. Mas sim comentar e recomendar essa obra aos que se dispuserem a fugir da mediocridade em matéria de histórias em quadrinhos.

Primeiramente chama a atenção a forma da história. A Posy Simmonds mescla de maneira muito interessante a prosa com os quadrinhos, compondo uma forma “híbrida” de difícil classificação.

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E se a obra original de Flaubert destilava sua acidez contra a burguesia provinciana francesa, contra o clero, contra o casamento, narrando com realismo até então inaudito tabus como o adultério, Posy Simmonds de maneira semelhante transpõe essa acidez contra os yuppies e a juventude urbana de classe média londrinos.

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Ainda não tive a oportunidade de ler “Tamara Drewe“, obra subsequente da autora onde ela dialoga com outro clássico do romance do século XIX: “Far from the Madding Crowd“, de Thomas Hardy, que como Gemma Bovery foi inicialmente publicado como folhetim, encartado na edição impressa do jornal inglês “The Guardian“. Outra referência aos romances do século XIX ao reproduzir a forma como muitas obras chegaram aos públicos: em fascículos.

P.S. No mesmo dia da publicação do meu post, mas um pouquinho mais tarde (o meu entrou às 8:00 hs e este entrou às 18:11 hs) o Paulo Ramos, do Blog dos Quadrinhos publicou um post sobre outras obras que misturam prosa e quadrinhos (aqui).

Revoada e descompasso

Em meu post anterior sobre futebol, chamado “Futebol globalizado? Aqui não“, eu comentei, com a ajuda de outros blogs, sobre o dano que o calendário brasileiro mal feito e descompassado traz aos próprios clubes pelo fato de impedi-los de disputarem os amistosos e torneios de pré-temporada que acontecem na Europa, América do Norte, Ásia, África e Austrália. Esse dano é financeiro e mercadológico.

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Agora vamos falar do dano esportivo que esse descompasso traz ao nosso campeonato. O já citado nesse blog Emerson Gonçalves faz uma interessante análise da tabela do campeonato brasileiro (aqui) e conclui que existem quatro períodos distintos no campeonato brasileiro: “1º turno: 9 de maio a 8 de julho  – Fase “das Copas-”; “2º turno: 1º de julho a 31 de agosto – Fase “Janela de Verão”; “3º turno: 11 de julho a 23 de agosto – Fase “Jogos Sem Descanso”; “4º turno: 29 de agosto a 6 de dezembro – Fase “Reta Final”.

Pois bem. O calendário trôpego prejudica no início do campeonato justamente os times mais qualificados, pois junta reta final de Copa Libertadores e Copa do Brasil com o início do Brasileirão. Depois, com a janela de verão européia, há a saída de jogadores de inúmeros times, ao mesmo tempo em que ocorre a intensificação das partidas, com rodadas duas vezes por semana

Ou seja: bem no momento quando os times terão seus elencos mais exigidos, com maior incidência de contusões, suspensões e maior cansaço, os clubes tem seus elencos reduzidos com as vendas para o exterior. Claro que alguns clubes aproveitam essa janela para poderem reforçar seus elencos. Mas em geral a “balança comercial da bola” é superavitária para o mercado brasileiro. Resumidamente, exportamos mais que importamos.

Os grandes times já começam a se movimentar: O Atlético MG repatriou Rentería. o Flamengo o David (zagueiro ex-Palmeiras), o Cruzeiro o Gilberto (Tottenham) e o Corinthians o Edu. Mas as saídas de André Santos e Cristian tiram bastante força do Corinthians (que ainda pode perder o Douglas e o Felipe – quatro titulares em um mês) e o Inter perde grande parte de seu já combalido ataque com a saída do Nilmar. O Cruzeiro contratou o Guerrón, mas perdeu Ramires. Enquanto isso o Flamengo perde para o futebol russo seu principal articulador, Ibson.

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Após o período de janela de transferências, os times voltam a ter um calendário menos apertado, quando o campeonato entra em seu terço final, coincidindo também com o início da Copa Sulamericana. E muitos times que disputam a Copa estão lutando ou contra o rebaixamento, ou por uma classificação na Libertadores, consequentemente entrando na competição internacional com times reservas e sem prioridade.

E mais uma vez times brasileiros perdem a chance de se internacionalizarem, de lutar por um título, de aumentarem seu faturamento graças a um calendário esdrúxulo e mal-formatado.

Porém não há a menor previsão de que a Copa do Brasil, Copa Libertadores e Copa Sulamericana venham a ser disputadas simultaneamente em um prazo mais estendido. Para os clubes brasileiros seria altamente positivo, pois os clubes que disputam  a Libertadores poderiam disputar a Copa do Brasil também e os clubes que disputam a Sulamericana poderiam dar maior prioridade a ela. Mas a AFA e a Fox Sport se oporiam, pois o atual calendário permite que Boca Junior e River Plate possam disputar dois campeonatos internacionais por ano (aliás, justamente a interferência da Fox Sport e do Banco Santander fizeram que os times mexicanos “voltassem atrás” em sua decisão de abandonarem os torneios da Conmebol). E o futebol brasileiro vai se mediocrizando, perdendo jogadores por preços irrisórios (leia aqui um outro artigo do Emerson Gonçalves falando sobre o valor dos jogadores brasileiros no mercado europeu).

A movimentação do mercado aparentemente beneficia Palmeiras e Atlético MG, enquanto enfraquece Flamengo, Corinthians e Inter. O Palmeiras receberá o lateral Figueroa e promete trazer mais um atacante, isso sem perder Pierre e Diego Souza, sua espinha dorsal. O Atlético reforça seu ataque o que poderá dar-lhe um pouco mais de força, pois seu elenco é acanhado. O Inter já começa a ter seu desempenho prejudicado e o Corinthians, embora já tenha garantido seus títulos  e a vaga na Libertadores, deve ter menos profundidade no elenco para chegar junto no campeonato (embora eu não seja louco de desconsiderar Ronaldo).

Como exigir dos técnicos um planejamento de partidas, de elenco, que possa fazer com que seu time dispute com chances reais todos os torneios e campeonatos utilizando ao máximo seu elenco? Apenas para exemplificar: na temporada 2008/2009 o Manchester United disputou 64 partidas, conquistando 3 títulos (Mundial, Inglês e a Carling Cup) e perdendo dois (a final da UCL e a FA Cup na semi-final). O Cruzeiro disputará em 2009 69 partidas, mas teria disputado apenas três torneios: mineiro, Libertadores e brasileiro. Se o São Paulo ou Palmeiras tivessem chegado à final da Libertadores, disputariam 75 partidas no ano pelos mesmos três campeonatos. Isso mostra como os clubes brasileiros disputam mais partidas e menos torneios, ainda sem a oportunidade de terem uma pré-temporada rentável financeiramente e positiva esportivamente.

Enfim. Mais um post para falar de bastidores de futebol, não de bola rolando. Mas os jogos do brasileirão não me animaram nesta semana e na Europa os amistosos não significam grande coisa para prever a temporada.

P.S. O jornalista Erich Beting, do blog Negócios do Esporte e do site e revista Máquina do Esporte escreveu um post que fala sobre os prejuízos financeiros causados pelo descompasso entre os calendários brasileiro e europeu. O texto se chama “O calendário invertido e a receita perdida no futebol” e pode ser lido aqui.

P.P.S. No blog do Juca Kfouri tomei ciência da existência do seguinte livro: Futebol Brasileiro: Um Projeto de Calendário. O livro “tem como objetivo mostrar que o calendário do futebol brasileiro – principal problema de nosso futebol – continua sendo extremamente irracional, apesar das melhorias pontuias que aconteceram nos últimos anos. O autor acredita que a melhoria do calendário de nosso futebol é condição imprescindível para a melhoria da gestão dos clubes e, por decorrência, da gestão do próprio futebol brasileiro e, neste sentido, propõe uma metodologia de organização do calendário considerada eficaz.” Ver mais aqui.

Thank God it’s Friday – Schneider Aventinus

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Gosta de uma boa cerveja? Tem certeza disso? Então você simplesmente não pode deixar de experimentar a Schneider Aventinus.

A G. Schneider & Sohn é uma pequena cervejaria alemã que produz grandes e excelentes cervejas. No Brasil as pessoas que não se aventuram muito pelo mundo das cervejas especiais, mas gostam de alguma coisinha diferente, geralmente enveredam pelo mundo das weizenbiers (ou weissbiers): cervejas de trigo alemãs. A primeira a fazer sucesso no Brasil foi a Erdinger. Depois veio uma enxurrada de variações sobre o mesmo tema: Paulaner, Tucher, Franziskaner, Licher, Justus, Oettinger, Weihenstephaner além de suas irmãs nacionais. E é tão grande a oferta de weiss importadas (e nacionais), que o caderno Paladar (do Estadão) fez um teste cego comandado pelo jornalista Bob Fonseca com as marcas encontradas no Brasil. Advinhou quem venceu o teste? Isso mesmo, a Schneider.

Mas não estou falando da Schneider Weiss aqui, mas sim da Schneider Aventinus, que é uma weizenbock. Do alemão, uma “bock de trigo”. A cerveja bock mais conhecida dos botequeiros brasileiros é a Kaiser bock, uma sazonal da Kaiser (muito boa por sinal), mas diferentemente das bocks, a weizenbock é feita com malte de trigo, não de cevada. E a Aventinus não é uma simples bock de trigo. É uma doppelbock (double bock), com dupla carga de malte.

Isso lhe confere um sabor bastante pronunciado de malte tostado, com uma bela cor âmbar, espuma densa e aroma pronunciado de frutas vermelhas (ameixa) e condimentos. Deliciosa. E como as weiss não filtradas, ela é bastante turva e conta com sedimentos de fermentos. Porém, não se empolguem com ela, pois apesar de muito saborosa, conta com 8,2º de álcool, quase o dobro de uma cerveja pilsen comercial (que contam com aproximadamente 4,5º), cuja forte presença também se faz perceptível com um certo calor na boca.

Eis a dica. No inverno, cai muito bem com os pratos mais calóricos da estação.

Um poema às quartas

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Holy Sonnet – X

Death, be not proud, though some have called thee
Mighty and dreadful, for thou art not so ;
For those, whom thou think’st thou dost overthrow,
Die not, poor Death, nor yet canst thou kill me.
From rest and sleep, which but thy picture[s] be,
Much pleasure, then from thee much more must flow,
And soonest our best men with thee do go,
Rest of their bones, and soul’s delivery.
Thou’rt slave to Fate, chance, kings, and desperate men,
And dost with poison, war, and sickness dwell,
And poppy, or charms can make us sleep as well,
And better than thy stroke ;  why swell’st thou then ?
   One short sleep past, we wake eternally,
   And Death shall be no more ;  Death, thou shalt die.

 

Não te orgulhes, ó Morte, embora te hão chamado
poderosa e terrível, porque tal não és,
já que quantos tu julgas ter pisado aos pés,
não morrem, nem de ti eu posso ser tocado.

Do sono e paz que sempre a teu retrato é dado
muito maior prazer se tira em teu revés,
pois que o justo ao deitar-se com tua nudez
ossos te deita e não seu esprito libertado.

Escrava és de suicidas, e de Reis, da Sorte;
Venenos, guerras, doenças são teus companheiros;
magias nos dão sonos bem mais verdadeiros,
melhor’s do que o teu golpe. Porque te inchas, Morte?

Despertamos no Eterno um breve adormecer,
e a morte não será, que Morte hás-de morrer.

(Tradução de Jorge de Sena)

Quanto vale ou é por quilo?

Esse texto eu copiei do blog Aquela Déborah e serve para complementar o texto anterior postado aqui.

“Estou pasma. O “Metrô News” distribuído diariamente aos passageiros de SP publicou uma vaga de emprego absurda:
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Sim, um homem busca por uma empregada-puta por R$ 1.395,00 trabalhando de segunda a sexta, que seja “liberal e faça massagens relaxantes” e com direito a carteira assinada!
Não dão condições a uma mulher concorrer ao mercado de trabalho com um salário igualitário, detonam a auto-estima dela através da mídia e oferecem empregos sexuais. É claro que surgirão muitas mulheres desesperadas para essa vaga de emprego.”

Continua aqui.

Futebol globalizado? Aqui não.

Uma rápida olhada pelo calendário da pré-temporada européia mostra uma profusão de torneios e partidas amistosas ocorrendo entre os meses de julho e agosto. Em Londres serão disputados os torneios Emirates Cup e Wembley Cup, com participação de Rangers, Paris St.German, Arsenal e Atletico de Madrid no primeiro e Barcelona, Celtic, Tottenham Hotspur e Al Ahly (Egito) no segundo. Haverá os tradicionalíssimos Teresa Herrera e Ramon de Carranza. Na Alemanha está confirmado o Audi Cup , com Milan, Boca Juniors, Bayern Munique e Manchester United. Também haverá o Amsterdan Tournament, com Ajax, Atletico de Madrid, Sunderland e Benfica. Saindo de território europeu, haverá o Torneo Azteca, com participações de Deportivo La Coruña, Tigres, America (ambos mexicanos) e Villareal. Até o Atlante (Mex) e a LDU (Peru) disputarão o Peace Cup na Espanha, acompanhados de times do calibre de Real Madrid, Sevilla, Juventus, Aston Villa e Porto.

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Além dos torneios, há as excursões, como a do Chelsea pela América do Norte, onde jogará contra Milan, Internazionale e America (México), do Manchester United pela China, Indonésia, Coréia e Malásia, do Liverpool por Singapura e Tailândia, Inter pelos EUA e os diversos outros times europeus, argentinos e mexicanos que passearão pelo mundo espalhando suas marcas e conquistando novos consumidores/torcedores.

Ora, nós brasileiros sabemos o quanto esses torneios caça-níqueis são prejudiciais ao bom andamento de uma temporada esportiva (especialmente nós palmeirenses – após o fracasso na Libertadores de 94 onde o time disputou um confronto de vida ou morte com o SPFC extenuado após uma excursão pela Rússia) não? Mais ou menos.

O Emerson Gonçalves, do excelente  blog “Olhar Crônico Esportivo” fez um excelente e curto post chamado “Global Players x Provincial Players”, onde ele mostra o quanto nossos clubes estão alijados do mercado mundial. E daí? O que significa isso? Só porque perdemos algum faturamento com esses torneiozinhos de meia-pataca?

Não só. Não só isso. Vejam nesse outro post, do também excelente blog “Jogo de Negócios”, do jornalista e publicitário Fabio Kadow, sobre a torcida brasileira do Manchester United. O lançamento do novo uniforme do Manchester United será um evento global bancado pela Nike, inclusive com ações no Brasil. É. Além de faturamento esporádico, no início da temporada, nossos clubes apequenam suas marcas e deixam de vender seus produtos nos mercados emergentes, inclusive nos EUA, na Ásia, na África (por que não?), na Austrália e onde houver um fã de futebol com dinheiro no bolso e ávido para gastá-lo com camisas, flâmulas, cachecóis, pôsteres e outros. Eles gastam com times europeus, com times argentinos e até com times mexicanos. Mas com brasileiros não.

Ah… mas isso é muito pouco. O Brasil é um país continental, nossos times são seguidos por dezenas de milhões de torcedores aqui. Podemos vender nossas camisas só aqui e ainda sermos potências financeiras, certo? Quase.

Afinal de contas, embora tendo o objeto de desejo mais cobiçado pelos fãs de futebol (o jogador brasileiro, o que mais seria), nossos campeonatos são pouquíssimo divulgados e pouquíssimo televisionados ao redor do mundo. Vejam, até o campeonato russo passará em nossas tvs, que também transmitem Campeonato Francês, Campeonato Holandês, Copa da França, Campeonato Argentino, Campeonato Português, Campeonato Russo, Major Leage Soccer e Women’s League Soccer (cá pra nós… nenhum desses tem um milésimo de apelo pra um fã de futebol no sudeste asiático comparado com o futebol brasileiro), além do Inglês, do Alemão, do Italiano e do Espanhol. E em geral quem assiste o campeonato brasileiro fora do Brasil são os assinantes de Globo Internacional e semelhantes – brazucas no exílio.

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Ao vermos as cifras movimentadas pelos principais clubes do mundo com venda de produtos licenciados, com direitos de transmissão, com patrocínios (sendo que os  valores com vendas e patrocínios cresceriam proporcionalmente com o crescimento do mercado televisivo – mais telespectadores = mais consumidores atingidos pela marca) percebemos que continuamos deitados eternamente em berço, que cada vez se torna menos esplêndido. A perda de faturamento dos clubes brasileiros é monumental. E nos contentamos em ser meramente exportadores de mão de obra especializada a preço de banana.

E o primeiro aspecto a ser mudado terá de ser o insano, indecente calendário sul americano. Volto a falar sobre calendário em breve. Aliás, por falar em excursões de pré-temporada, torneios amistosos e calendário, o Leonardo Bertozzi da Revista Trivela já falou de leve sobre esse assunto neste post do blog da Trivela. Pois é… o filho-da-mãe furou meu texto com uma semana de antecedência, quando eu já havia começado a redigí-lo. Enfim… na próxima pelada eu me vingarei contra suas canelas. Prepare-se Bertozzi. 🙂

P.S. Em tempo. Acabou de sair no jornal inglês The Independent uma matéria dizendo que o Chelsea faturará £ 2.500.000,00 em sua turnê americana. E Hull City, West Ham e Tottenham receberão £ 700.000,00 por duas partidas na China no Premier League Asia Trouphy (reportagem aqui).

P.P.S. O Fábio Kadow, do blog Jogo de Negócios, postou hoje (20/07) mais uma matéria que mostra os ganhos dos clubes que exploram o mercado asiático. No caso, o Manchester United (aqui).

Os políticos anos 80

Ah… anos 80 estão na moda. Em São Paulo existe uma impagável festa em homenagem a esse período, a Trash 80’s. Nunca me atrevi e tão pouco o farei, afinal, ouvir Sylvinho Blau Blau, Sérgio Mallandro e Sidney Magal é demais para meu estômago. A moda new wave também reaparece em coleções de grifes por aí. E até a música dá seu ar, com bandas como Stokes, Libertines, Franz Ferdinand e outras com um guitar rock que muito lembra o rock inglês da década de 80.

Porém existe uma diferença fundamental entre essa onda de revival e seu original. E entre os anos 80 e a década que os seguiram. A militância política cultural, principalmente no campo musical.

Os principais expoentes musicais dos anos 80, embora surgidos no caldo do punk, pós-punk e new wave do final dos anos 70, não só tinham posições políticas bastante claras como nunca se furtaram em expô-las e militar em sua defesa.

A mais clássica banda da década, The Smiths, embora seja atualmente conhecida por ser patriarca dos emos com sua choradeira pseudo-emotiva, sempre se caracterizou por suas posições, principalmente pela militância vegetariana e republicana de Morrisey. Seu segundo álbum, Meat is Murder trata do primeiro tema. The Queen is Dead, do segundo. Aliás, a letra de Bigmouth Strikes Again é uma hilária reação à celeuma causada por uma entrevista de Morrisey, onde ele lamentou o fato de Mrs.Tatcher ter escapado viva de um atentado.


(The Smiths – Bigmouth Strikes Again)

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Alguém ainda acha que a letra de “Panic” realmente fala sobre o cenário musical inglês?

Além de Smiths, Gang of Four tinha influências da Escola de Frankfurt e os setentistas do The Clash lançavam seu álbum Sandinista! representavam posição à esquerda do espectro político britânico.


(Gang of Four – To Hell with Poverty)

O Simple Minds, grupo que começou punk, passou pela new wave, new romanticism até chegar no rock de arena, no final da década abraçou causas políticas influenciados por Peter Gabriel (este um conhecido militante, principalmente na letra de “Biko”) realizou excursões com artistas que defendiam causas sociais promovendo a Anistia Internacional, além de lançar sua famosa canção “Mandela Day“.


(Simple Minds – Mandela Day)

Mesmo o Iron Maiden, principal expoente do heavy metal inglês (gênero muito pouco associado a causas sociais e conscientização política), cuja temática lírica girava em torno do ocultismo, literatura gótica, fantasia e medievalismo, teve seus arroubos de protesto político. Senão em suas letras, ao menos na arte de dois dos seus singles do início da década de 80: Women in Uniform e Sanctuary. A capa de Women in Uniform mostra Eddie, o mascote da banda, abraçado com duas mulheres enquanto uma Margareth Tatcher uniformizada e armada com um fuzil os espreita na esquina. E Sanctuary representa Eddie esfaqueando a então primeiro-ministra do Reino Unido enquanto ela rasgava cartazes de divulgação da banda.

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Exemplos de bandas com histórico de militância política nos anos 80 existem à profusão, passando pelos católicos messiânicos do U2, Bob Geldof e o Live Aid, inclusive com iniciativas como USA for Africa e Artists United Against Apartheid, formado por diversos artistas pop cuja trajetória dificilmente seria associada com ativismo.


(Artists United Against Apartheid – Sun City)

De qualquer forma essa efervescência simplesmente minguou com o início dos anos 90, onde uma atitude mais desengajada, hedonista ou mesmo consumista passou a ser a norma. Jesus Jones, EMF, Faith No More e Oasis representam essa mudança de atitude no rock a partir de 1990.

Quer tenha se dado pela saturação do discurso político, solapado inclusive pelas crises dos partidos de esquerda europeus e pelo fim das utopias socialistas com a queda do muro de Berlim, quer pela cooptação do rock pelo capitalismo consumista, onde as bandas passam a representar ideais de consumos e marcas a serem compradas por uma juventude mais e mais centrada na auto-satisfação, fato é que o rock atualmente está longe de representar uma forma de questionamento. Ao contrário, é apenas mais um dos produtos da indústria do entretenimento, como os video-games, os filmes de Holywood e os reality shows.

E não é que era o técnico…

A novela que envolveu a tentativa de contratação do Muricy Ramalho pelo Palmeiras se arrastou como um dramalhão mexicano. E como um dramalhão mexicano, teve final patético. E, claro, repercutiu na mídia por essas duas longas e arrastadas semanas. E suscitou interpretações diferentes em diferentes profissionais do jornalismo esportivo. O Paulinho, em seu impagável blog, elogiou a postura do dirigente palmeirense (aqui). Segundo ele, foi uma negociação absolutamente transparente e honesta, que chegou a um final não satisfatório por diferenças de propostas. O Caio Maia, da revista Trivela, por outro lado, considerou trapalhona e equivocada a tentativa de contratação (aqui). Segundo ele a declaração da diretoria do Palmeiras demonstrando interesse no Muricy foi equivocada, e a esperança de que o clube o conseguisse contratar por um valor menor que o pago pelo Luxemburgo, ilusória. Afinal, Luxemburgo não ganha nada desde 2004 enquanto o Muricy é o atual tri-campeão brasileiro.

Isto posto, vamos ao que interessa que é o futebol dentro de campo. Primeiro, totalmente atrapalhada a decisão de termos rodada de campeonato no mesmo dia de uma final de Libertadores. Passassem todos os jogos para quinta-feira, oras! E minha tentativa de assistir às duas partidas (Flamengo x Palmeiras e Cruzeiro x Estudiantes) estava revelando que eu na verdade não conseguia assistir a nenhuma. Tive de optar, e optei pelo meu… fiquei com o jogo do Maracanã.

Após 20 minutos assistindo a partida, algumas questões começaram a surgir: como que essa defesa, tão inconstante e falha anteriormente, consegue se mostrar segura contra o Flamengo no Maracanã? Afinal, são os mesmos jogadores. Como um time que antes variava de formações e escalações, sem nunca demonstrar firmeza em nenhuma, consegue jogar de maneira convincente e sólida em quatro partidas consecutivas?

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A resposta é uma só. Técnico. E não dá para ser explicada apenas com base na natural empolgação do elenco com a troca de comando. Primeiro, porque os resultados foram conseguidos não na base da raça, mas na base da organização da equipe.

Como jogaria sem Obina e Williams, Ortigoza entrou como centro-avante e Diego Souza entraria como segundo atacante. Isso de acordo com a mídia esportiva. Sim, porque nenhum jornalista esportivo da grande mídia sabe fugir do 4-4-2, mesmo que o jogo mostre outra coisa. Diego Souza voltava até quase a linha do meio-campo, puxando seu marcador e abrindo espaços para as penetrações alternadas de Deyvid Sacconi e Cleiton Xavier. Na verdade o Palmeiras se organizou como um 4-2-3-1, com Diego Souza aberto pela esquerda, mas sempre voltando ao meio-campo para recompor a marcação e buscar o jogo, Deyvid Sacconi aberto pela direita e Cleiton Xavier articulando pelo meio, com Ortigoza de atacante único. Ortigoza demonstrou ter presença física suficiente para encarar tal função, embora nunca tenha ficado isolado na partida, já que quando a bola estava com um dos meias-externos, o outro encostava no atacante, dando-lhe sempre uma opção.

Aliás, Ortigoza, Diego Souza e Cleiton Xavier foram os principais responsáveis pelo sufoco que o Palmeiras impôs ao Flamengo. Eles marcavam a saída de bola não dando espaço algum para que o time carioca pudesse organizar suas descidas ao ataque, geralmente abortando as tentativas na intermediária. Tanto que em duas pressões na intermediária surgiram os gols palestrinos, um em uma roubada de Ortigoza, e o outro numa roubada do soberano Pierre, abrindo para Sacconi penetrar na área pela direita e dar a assistência ao paraguaio.

E finalmente, a defesa do Palmeiras teve uma atuação impecável. Nenhum atacante do Flamengo recebia bolas em condições de levar perigo a Marcos. A sobra e a cobertura funcionou quase à perfeição. Adriano foi uma figura patética e apagada em campo.

No segundo tempo os três jogadores alvi-verdes que não eram titulares, cansaram. Primeiro sai o Edmilson (de atuação segura) e entra Sandro Silva, não havendo nenhuma alteração na forma do Palmeiras jogar. Para a saída do Deyvid Sacconi entra Capixaba, com Wendel passando a compor um trio de volantes e Diego Souza passa a se alternar pelas duas alas, continuando a levar perigo ao Flamengo. E com Ortigoza saindo, entra Marcão, para garantir o resultado. O gol do Flamengo motivou o time a procurar o gol, forçando o Marcos a efetuar duas boas defesas. Porém o Bruno também deu sua contribuição, no primeiro tempo ao evitar o gol em um chute forte de Cleiton Xavier e no segundo ao defender uma bola de Ortigoza.

A organização defensiva, o posicionamento dos três meias ofensivos, a variação de jogadas e esquemas no decorrer da partida, a opção de sufocar o adversário em seu campo de defesa. Nenhum desses fatores pode ser atribuído a ninguem senão ao técnico. E certamente não a um técnico motivador, mas a um técnico que entende de tática e sabe organizar seu time em campo. Jorginho 1 x 0 Luxemburgo. Uma outra análise do técnico Jorginho e de sua possível efetivação no site Terceira Via Verdão.

Enquanto isso:

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O Cruzeiro sai na frente. Vi o gol. Logo depois, o empate. Por fim o Mineirazzo. E eu perdi essa partida histórica… I hate Rede Globo…

As feministas e as domésticas

Excelente curto texto que pesquei do blog Liberal, Libertário, Libertino.

As Feministas e As Domésticas

É impossível estudar o trabalho doméstico sem considerar também que a grande maioria dessas trabalhadoras são mulheres. E o grande ponto cego do feminismo latino-americano talvez seja justamente sua relação com as empregadas domésticas.

 Manual da Empregada Doméstica

Graças a uma divisão de trabalho ainda muito machista, a liberação da mulheres de classe média muitas vezes se deu graças a uma maior disponibilidade de mão de obra barata (leia-se mulheres pobres) que as substituísse nas tarefas domésticas.

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Um poema às quartas

william_carlos_williams

This is Just to Say

I have eaten
the plums
that were in
the icebox

and which
you were probably
saving
for breakfast

Forgive me
they were delicious
so sweet
and so cold

 

Só Pra te Dizer

que eu comi
as amoras
que estavam
na geladeira
 
e que você
de certo estava
guardando
pro café da manhã
 
Me perdoe
estavam deliciosas
tão doces
e tão geladas

tradução de M.Mendonça

Footballwear com cérebro

Futebol é uma forma de alienação da população, de manipulação ideológica, impedindo o proletariado de se organizar e lutar por sua capacidade de auto-determinação. O futebol é a reedição do mote romano do “pão e circo”, buscando aplacar a busca por direitos e emulando a sensação de pertença e nacionalidade, certo?

Não para os proprietários da Philosophy Football. O site Philosophy Football é uma loja virtual que vende camisetas que fazem a intersecção entre militância política, filosofia e futebol, saíndo da vala comum do jogador que dá entrevistas padronizadas (por suas assessorias de imprensa), do chavão de “futebol e política não se misturam” e “futebol é um passatempo alienante”.

palestina

Existem três categorias de produtos: “Dissenters”, camisetas que aludem a movimentos políticos anti-establishment, como o da libertação da Palestina, movimentos pró-GLBT, memorial da Guerra Civil Espanhola, movimentos de afirmação de raça entre outros. “Philosophers” apresenta camisetas com dizeres de filósofos a respeito do futebol, como Slavoj Zizek, Mario Vargas Llosa, Baudrillard e Derrida.

emancipation

Por fim há a seção “Footballers”, que contempla camisetas com dizeres de grandes personalidades do futebol inglês (o site é inglês) como Harry Redknapp, Matt Busby, Bobby Moore, Arsène Wenger, Jock Stein entre outros.

moore

Além das camisetas o site vende livros, souveniers e cards, sempre com a temática anti-establishment preconizada pelo site.

Os únicos pontos negativos são o fato dos dizeres das camisetas estarem (obviamente) em inglês, portanto poucas pessoas poderão se deleitarem com a argúcia dos filósofos futebolistas, e o preço estar em libras esterlinas. Afinal de contas, com o frete internacional ele deve beirar o estratosférico ao chegar no Brasil.

Ressuscitou, Aleluia!

A espiritualidade ocidental é marcadamente racional, contrastada com a espiritualidade contemplativa e meditativa das religiões orientais (budismo, hinduísmo, entre outras). A espiritualidade protestante, então, mais ainda.

Eu então sempre fui considerado racional demais, pouco sensível, pouco desenvolvido emocionalmente. O detalhe é que ser mais racional e menos emocional está longe de ser uma qualidade, pois não significa que pessoas como eu saibam controlar suas emoções, mas simplesmente não amadureceram suas emoções de forma integral.

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Eis então o paradoxo. Como alguém racional e pouco meditativo pode se interessar por uma espiritualidade baseada na contemplação, na meditação e na oração, em detrimento do ativismo, do racionalismo e da capacidade cognitiva? Aí é que está. A questão não é meramente de preferência. Mas de necessidade.

E esse cd, Ressuscitou Aleluia, gravado pelos Monges do Mosteiro da Ressureição em Ponta Grossa, Paraná, é uma ferramenta que eu tenho utilizado na tentativa de desenvolver uma espiritualidade integral, meditativa e contemplativa, que não contraste com a espiritualidade ética e prática que caracteriza minha formação protestante.

O tema do CD é a liturgia da semana da páscoa, começando com a Vigília Pascal e culminando com a Missa de Páscoa. Todas as letras são baseadas em textos bíblicos, sem nenhuma adição que poderia soar estranha à suscetibilidade evangélica. Com o detalhe de ser cantado em português (em geral cantos gregorianos são em latim).

Para quem quiser conhecer um pouco mais sobre os caminhos que tenho trilhado, convido a uma visita rápida aos links ao lado, sob a categora “espiritualidade”. Não é proselitismo, mas apenas minha forma de compartilhar aquilo que tem me auxiliado a domar as feras interiores 🙂