Nesta semana concluí dois livros que aguardavam em minha cabeceira: o clássico da auto-ajuda empresarial “O Monge e o Executivo” e a história da Sociedade Esportiva Palmeiras escrita pelo renomado jornalista esportivo Orlando Duarte, “Palmeiras – O Alviverde Imponente“.
Começando pelo best-seller do James C. Hunt. Os conceitos apresentados no livro não deixam de ter sua relevância. Mais até, o livro apresenta com simplicidade e compreensibilidade algumas questões bastante importantes para as pessoas envolvidas no mercado de trabalho. Não me darei ao trabalho de resenhar o livro pois isso é facilmente encontrável na internet.
Porém algumas questões merecem ser analisadas. Primeiramente o livro apresenta um viés comportamental bastante perceptível. E eu sempre considerei psicologia comportamental um engodo, uma forma de se amestrar micos. Mas há de se reconhecer que o pragmatismo da psicologia comportamental combina com a sociedade americana e com os valores do American Way of Life. E eis outra crítica a ser feita ao livro. Sua defesa ideológica dos valores do capitalismo estadunidense. Individualismo, auto-determinação, self made man e outros conceitos ideológicos são propagandeados no livro. E para isso o autor recorre a uma crítica bastante superficial e distorcida a Freud e à psicanálise, reduzindo os avanços de Freud na psicologia e na psiquatria a meros fatores deterministas que servem como formas de se escapar da responsabilidade.
Por fim o livro é chato. Chato e mal escrito. É necessário escrever de forma tão piegas, tão infantilóide para se fazer entender e se criar um best-seller? Como disse, os conceitos apresentados são bastante interessantes. Mas não é um prazer ler este livro.
Por fim vamos à historiografia de Orlando Duarte. Nunca soube para qual time torce o jornalista. Não me espantaria se fosse para o Palmeiras, tal o número de clichês “de e para” torcedor que ele escreveu.
Para quem acha que história é mais que datas e eventos, o livro decepciona. Eu esperava algo mais que mera listagem de títulos, partidas, jogadores e gols marcados. Muito superficial. É verdade que o segmento literário esportivo cresce a cada dia com novos lançamentos. Mas parece que ainda é necessário muito mais quantidade para peneirar alguma qualidade.
Espero ter mais sorte com os livros na semana que começa.
Update: fui informado pelo amigo trivelista Felipe SS que o time do nobre jornalista Orlando Duarte é a simpática Lusa. Então os clichês “de e para” torcedores que detectei no livro devem ser por exigência do gênero literário em questão.